domingo, 27 de fevereiro de 2011

Mudança

Me mudei, após 23 anos morando no mesmo bairro, dormindo entre as mesmas paredes e sentindo os aromas familiares, fiz as malas sem despedidas e parti. Pensei que seria temporario e acabei ficando. Fui logo para outro estado pensando que de tanta familiaridade respirar novos ares era o que meus pulmões mais precisavam. Gosto da sensação de liberdade de estar fora da casa que me criou, mas cada pedacinho dela ainda está aqui dentro de mim.
Me pego até pensando nas brincadeiras no quintal, no pé de manga e não posso deixar de citar meu comportamento por vezes inconviniente de falar sobre meu Estado, minha cidade e minha casa. Nossa a comida da minha mãe nunca foi tão saborosa e as visitas rotineiras das minhas amigas para um café são bem mais sentidas.
É estranho não ter vizinhos ou saber que eles existem, ouvir suas vozes e até suas privadas mas não conhecer seus nomes. Bem visitas parece que em uma grande cidade não são rotineiras, e podem ser até interpretadas de forma constrangedora. Mas que verdadeiro choque cultural, me sinto as vezes a menina do interior do interior. Rostos desconhecidos dão mais liberdade para começar algo novo, porém logo me anseio e quero logo ser reconhecida o que pode novamente gerar constrangimentos, afinal todos estavam aqui antes de eu chegar, e ninguém quer topar com um furacão de novas emoções.
Assim aos poucos vou tentando me encaixar sem deixar de ser do interior do interior e gostar dos vizinhos, mas vou me adaptando um pouco ao meu modo, lógico as vezes metendo os pés pelas mãos mas sobrevivendo.
Logo eu que nunca gostei da minha cidade quase sufocante tenho vontade louca de voltar andando para minha cozinha, dormir uma noite no meu quarto, acho que será assim até eu achar que esta agora é minha nova terra. Roupa apertada sempre laceia nê?!!?