sexta-feira, 30 de maio de 2008

Questões/Respostas

Questões:
Até que ponto se concentra o ponto?
Onde esta o fim do final da linha?
Sinto o frio ao sentir meu corpo gelar?
O ruído dos carros os leva a longas distancias?

Respostas:
O ponto se concentra no espaço que o ponto o limita.
Encontrei o final da linha presente no fim.
Meu corpo gela mesmo sem sentir frio as vezes.
Os carros fazem ruído e a distancia os diminui.
"Nada vejo, sinto ou ouço em um dia de inverno, apenas há o sol, apenas ele"

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Sebastião Salgado

Há verdade na minha visão absoluta?

Construo e desconstruo minhas formas de ação, ao refletir com a mão no queixo e o olhar perdido penso no que estou fazendo de errado, perdida em meios há tantos acontecimentos e informações. Encontrar minha utilidade esta sendo o ponto de discórdia entre meu consciente emocional e inconsciente racional. O que ando fazendo de tudo que li e ouvi? Internalizei e com isso meus princípios foram perdidos, afinal eles deveriam ser jogados fora há tempos, uma herança que não corresponde mais com minhas concepções atuais.
Talvez estas reflexões auto centradas são uma fuga, com certo estilo do disfarce poético, da realidade que estudo e está repleta de fendas, que por mais afastada das estruturas eu busque as ligações, não consigo por vezes juntar os pontos, pensar saídas. A racionalização da ciência mesmo sendo a ciência social prejudica por vezes a forma de ver o mundo e preencher os vacuos que aumentam cada vez que individualizo mais todas as situações. Não há explicação completa, fechada, um sistema que de conta do que anda ocorrendo, linhas lidas e escritas mas o encaixe social mostra peças cortadas, atuar como cientista? Sobre o que, melhor sobre quem? Afinal conheço a minha realidade, olhos sobre os demais, mas e daí? São meus olhos que observam, minha visão, minha verdade, cada ato do trabalho faz de mim um ser tão auto centrado, individuo individualizado que francamente estaria eu detendo hipóteses para problemas sociais? Tantos questionamentos mostra a racionalidade irracional que habita por vezes a ciência que pratico, bem essas reflexões andam me perseguindo, o ano logo termina(...) Culpa do Praxedes.

terça-feira, 27 de maio de 2008

Será a liberdade?Será?

Atenção ao dobrar uma esquina
Uma alegria, atenção menina
Você vem, quantos anos você tem?
Atenção, precisa ter olhos firmes
Pra este sol, para esta escuridão
Atenção
Tudo é perigoso
Tudo é divino maravilhoso
Atenção para o refrão
É preciso estar atento e forte
Não temos tempo de temer a morte
(...)
Divino Maravilhoso (Caetano Veloso)
"Escrever é um exercicio, hoje senti uma estafa enorme,
estaria eu sedentaria? ou apenas esgotada."
Perdão leitor mas hoje o vazio consome(...)
Fiquei sem graça.

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Cronica da paixão injuriada, rendida e bem amada.


Há um grande empenho ao apaixonar, como é difícil quando racionalizo e sinto que estou criando uma necessidade não necessária a minha existência. Como simplificar a dependência do "outro" completo desconhecido? A falta do afeto que afeta meu dia? Estava eu caminhando, minhas leituras, trabalho, atividades e pequenos prazeres cotidianos e simplesmente em um dia me observo pensando em outro alguém, racionalizo o que sinto, na busca de compreender a invasão que me toma, mas a necessidade cresce, e meus sentidos estão concentrados no encontro deste ser, objecto agora de um desejo inexplicável. Não há nada a ser possuído além de parte da sua atenção, pequenos segredos, gerando naqueles instantes uma euforia, que me faz tola, dar pulos na esquina, tomando de assombro a vista de quem não pertence ao jogo da paixão.
Quero dizer, em seguida ao deixar para trás os momentos de intimidade, o desconforto inicial de um abraço aconchegante, fica assim um vazio repleto das expectativas do próximo encontro, a caminhada que era só minha, permanece sendo, guiada agora, com certa espera incomoda de avistar em algumas paradas o rosto conhecido do desejo. Nesta dependência do outro, não da vida, mas dos espaços preenchidos, sensações despertadas, surge o medo, racional, preventivo, quero a antiga rotina segura, porém a partir do presente instante que me apaixonei constato que a batalha esta perdida ou melhor ganha.
Construo uma imagem nova, não tenho mais o instante antigo, não existe para o que retornar, o que faço eu? Estou exposta, é publico mesmo aos que nada sabem, esta em mim declarado, implícito, reconheço nos meus olhos a sombra do teu olhar e principalmente em meu raciocínio, que de tão lógico mostra, não há caminho de volta, para quem esta perdida ou seja apaixonada(...)
"Nunca saí da moda o romantismo para quem pela paixão esta tomado"

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Presente/Futuro

Ontem reunidos em sala decidindo os nomes para nossa colação de grau, toda a cerimonia que envolve o termino do curso universitário, pensei : "Esta acabando", me impressiona como não tenho o controle da sensação da passagem do tempo, não sei se sou fruto da alienação, termo que discutimos muito ao longo do curso, talvez a quantidade de informação e a necessidade da assimilação ligeira, fez da minha vida ao longo desses quatro anos uma passagem pela lógica racional que ao passar das horas, dias e meses foi tragada pela necessidade da constante reflexão do conteúdo.
Outra palavra que habita o campo universitário, uma preocupação constante: O curso possui conteúdo adequado? Qual conteúdo da prova? Tenho conteúdo Dios mio o que é conteúdo? Estar cheio de informações? O que fazer com tantas reflexões, lidas nos textos, refletidas sobre os textos, refletidas em textos elaborados em sala, refletidas todas as reflexões na pratica cotidiana. Bem talvez o maior receio no final é a verdadeira avaliação que faremos, não sobre a carreira académica ou um bom emprego, mas o que foi apreendido? O que permaneceu em sua mente, você é um cientista social? Vejo que as reflexões irão perseguir a todos ao longo do caminho (...) uma constante que não dará sossego, talvez tudo que foi lido e dito se transforme em uma bênção ou maldição, Dios mio minha cabeça dói(...) É a escolha resta assumi-la, VAMOS EM FRENTE(...)

Vinte Anos Blues

Hoje de manhã quando acordei
Olhei a vida e me espantei
Eu tenho mais e vinte anos
Eu tenho mais de mil perguntas sem respostas
Estou ligado num futuro blue
Os meus pais nas minhas costas
As raízes na marquise
Eu tenho mais de vinte muros
O sangue jorra pelos furos
Pelas veias de um jornal
Eu não te quero, eu te quero mal
Essa calma que inventei bem sei
Custou as contas que contei
Eu tenho mais de vinte anos
Eu quero as cores e os colírios, Meus delírios
Estou ligado num futuro blue.
(Composição: Suely Costa/ Victor Martins)

terça-feira, 20 de maio de 2008

ATENÇÃO RELEVANTE

AVISO A VOCÊS CAROS AMIGO:
"nem tudo será dito
na verdade muito pouco
maior parte é superfície
o que sobra,
é essência desconhecida"


Terminal

Cada pessoa, cada destino
passos lentos ora apressados
mãos ocupadas ora vazias
regre
sso de um longo dia.
Ida a um passe
io
um jeito próprio de olhar as horas
uma palavra presa nos pensamentos
serão complexos?vazio?
Atentas ao atravessar as ruas
passos certos do destino
urgência expressa em pequenos ruídos
Onde está o ónibus?Qual seu horário?
Pés balançam perdidos
assim é expressa a passagem
no terminal urbano
transporte comum,
COLETIVO
cada pessoa, cada destino

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Zélia Gattai


As memorias de Zélia Gattai povoaram minhas memorias de infância, o que dizer da Zelinha minha ilustre conhecida desconhecida, ao conhecer sua infância constatei que a essência familiar é igual, não importa a posição politica até os anarquistas se escandalizam quando a filha é divorciada, descobre o amor e decide morar junto dele, menina corajosa, como quem não quer nada, jeito simples uniu-se ao escritor muito assediado e enfrentou até mesmo a doce terrível Dona Lalu com seu bolo inimaginável de "Puba". Quando seu avô morreu senti a dor da perda daquela figura que todos temos, senhor antigo que habita nossa infância e sempre tem algo a relatar do passado. Como não rir das artimanhas dos namoros escondidos, das peripécias do seu caõzinho ou dos primeiros esbarrões em Jorge. Obras sem pretensões com maior triunfo da memoria bem escrita, memoria vizinha a todos, redatora do grande Jorge, confidente de suas obras, Zélia partiu sábado(17) confesso que tinha esperança de conhece-la pessoalmente, dizer que sua companhia foi otima nas tardes da minha adolescência, bem fica o gosto da vida compartilhada com extrema generosidade nas paginas de seus livros tradução da sua memoria(...) Ah Zélia, ah Zelinha querida, ah faltaram palavras(...) "Perdutto e tutto il tempo, che in amor non si spende" (Perdido é o tempo que no amor não se gasta).

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Borboleta



Borboleta flutuante
onde pousou?

Por que o vento te castiga,
não há lugar para pousar?
Tristemente bate as asas
plana sobre as flores.


Borboleta flutuante

a maldade acinzentou seu brilho
de profunda sua vista
o sol aquece as batidas das asas empobrecidas.

Borboleta flutuante
sua intenção se apagou?
do seu lado mariposas se batem
perdem pó, cegam os olhos.

Borboleta flutuante
a decepção te fez voltar ao casulo(...)

abra as asas
esqueça o que foi feito do dia cinza
Hoje tem sol vai queimar o ranço,
inveja, solidão abandone tudo, Voe.


E Daí?


Proibiram que eu te amasse
Proibiram que eu te visse
Proibiram que eu saísse
E perguntasse a alguém por ti
Proíbam muito mais, preguem avisos
Fechem portas, ponham guizos
Nosso amor perguntará:
E daí? e daí?
E daí, por mais cruel perseguição
Eu continuo a te adorar
Ninguém pode parar meu coração
Que é teu,
Que é todo teu.

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Desatino

Encontros esporádicos
palavras contadas
ao te ver muito pouco
as vezes passando
Penso em perguntar sobre o dia
ou como anda o tempo.
Sinto ridicula ao provocar intimidade,
com conhecido desconhecido
As vezes os corredores são curtos e pequenos demais
ou as vezes imensos para alcança-lo
O que posso dizer:
Você vem sempre aqui?
(...)

O que será que me dá
Que me bole por dentro, será que me dá
Que brota à flor da pele, será que me dá
E que me sobe às faces e me faz corar
E que me salta aos olhos a me atraiçoar
E que me aperta o peito e me faz confessar
O que não tem mais jeito de dissimular
E que nem é direito ninguém recusar
E que me faz mendigo, me faz suplicar
O que não tem medida, nem nunca terá
O que não tem remédio, nem nunca terá
O que não tem receita
O que não tem vergonha, nem nunca terá
O que não tem governo, nem nunca terá
O que não tem juízo (Chico Buarque)

quarta-feira, 14 de maio de 2008

O final de um grande show de rock traz uma sensação inusitada de grande abandono, naqueles horas, pessoas se acotovelando, empurrões, o som alto, de repente tudo tem fim, e você se pega sozinho, latas no chão, luz acesa, nenhum ruído, baque nos ouvidos, nada a fazer ou cantar, nenhuma pressão. Será assim a sensação depois que nascemos?(...) Será.

terça-feira, 13 de maio de 2008

Cale a boca Ⅱ

Espero e não falo
a espera me cala
e do medo da recusa
surge o silêncio.
Ao temer a represália
a duvida é perene
o que se houve é a ignorância.
Fico aqui sem ação
e da falta da iniciativa
receio de quem fica,
ganho a única certeza segura
de que nada fiz ou sei
permanecendo quieta e só.

Cale a boca Mariana

Sentada aqui com as mãos no queixo me pego pensando "por que algumas pessoas possuem vícios?" Digo os indivíduos que entram naquele labirinto sem saída onde buscam o alivio imediato, caminham rápido e nos passos angustiantes, em uma curva do labirinto encontram em doses homeopáticas a sensação do abandono do corpo, do medo, vazio, da solidão(...) Não quero falar de clichés ou usar da minha moral embotada, apenas imagino a sensação da prisão seguida da liberdade que o empenho da busca onde nada mais importa. Que se danem todos inclusive eu mesmo, planos, presente, futuro, para atender ao chamado eu tenho estratégias, abandono e desapego é antes uma não oportunidade de escolha. Talvez o que esteja faltando é algo tão intenso quanto a sensação do prazer imediato, ou, talvez seja apenas uma desculpa, de um corpo que grita sem emitir sons, ou, apenas a desistência dessa busca, caminhando para este labirinto que oferece a morte em pequenas doses, você aceita?
Por que o espanto?(...)
Afinal todos nós temos um vicio, um consolo para dormir, o que são drogas? Cervejinha sagrada, porre homérico, a bela feijoada, novela ou futebol? Uma liquidação ou sexo casual, chiclete e cafezinho, todos temos nosso apego, manias. Talvez um de nossos maiores vícios é o temor da iniciativa, da palavra guardada, do não dito, das relações levadas pela convenção, o vicio da auto sabotagem, não queremos ter todas as possibilidades vivendo o conforto não da indignação mas da prostação. Você não vai mudar o mundo....Mas quem habita ele? quem o constroi seu sentido? Deus? outro que podemos transformar em mais um vicio? Tudo nos faz recuar quando a alma é pequena(...) Antes de observar um alguém que habita um local depredado pelo vicio aparente, escondido para usar algo ilícito, ficaremos atentos para nossas escapadas, fugas diárias, a necessidade incrível de nos construirmos buscando um tapa buraco, nas horas de sossego, do vazio, da declaração ou da confissão, uma pílula, TV, ou, quem sabe, bem quem sabe(...)




sexta-feira, 9 de maio de 2008

Inimigo cruel




Esta semana um inimigo sorrateiro, pequeno mas muito agressivo me atingiu, ele chegou silencioso e em uma respiração minha muito leve entrou e atacou cada extremidade do meu corpo, cada poro do meu corpo padece de uma dor e peso por ter perdido esta batalha, minhas defesas não resistiram, me disseram que estavam em baixa, talvez um pouco tristonhas e desanimadas(...) Agora que tudo já esta tomado não me rendo, tento resistir tomando balas coloridas que juram ter o poder de mesmo derrotado não sentir a festa do inimigo. Entregue no sofá sem ater-me ao que esta passando na TV, aguardo até que depois de um certo "arraso" da minha vida orgânica e social este vírus morra ou parta do meu corpo a procura de outra vitima, sorrateira e finalizante é esta gripe(...) cof cof cof (sempre quis usar a tosse dos personagens do Maurício de Sousa) cof...

terça-feira, 6 de maio de 2008

Quero me envolver?
sim e não
Meu empenho neste campo amoroso
é grande e pouco
avanço e recuo
apaixono...desencanto
Cada tentativa, algumas conclusões(...)


Meus erros nada ensinam, a busca nada trás além do vazio e talvez o encontro com alguém pode aumenta-lo. Desacredito as relações para logo em seguida na multidão transformar toda antipatia em vontade louca de preencher o espaço físico da falta de uma paixão. Por mais que falem e falam meus botões racionais “não há espaço para amores reais”, engano meus mecanismos de defesa, saboto meu “eu” procuro, procuro, encontro e nesta guerra onde perder é somar, luta para ninguém derrotar, encontro o objeto para amar(...) Veremos, veremos o que realmente irei alcançar.


Interrompida bruscamente
diante de uma inspiração comovente...
Existe clima poético no ponto de ónibus?
Me sinto patética(...)
Onde foi a inspiração?
fugida dentro da linha 458? ou
presa na respiração da fala do OI...

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Nossos Olhos

Há algo de secreto em nossos olhos
perdidos entre o ser e o nada
sensitivos.
Segredo comungado
em meio aos lábios murmurados
cumplicidades
envolvendo observadores.
nossa inatingível liberdade.
Neste ar lascivo
cheiro do segredo, único, não apreendido,
ficamos a sós entre olhares.
Significado da nossa visão,
não será subjetivo
anterior ao descritivo entendimento.
A génese do significado revela
Há algo de secreto
em nosso olhos
Tradução do espírito
quase ao alcance
do inexplicável.

Seria alcançada essa cumplicidade?Sonhos de quem almeja uma relação de verdade(...)



Digo em um dia chuvoso o que me importa? O meu eu publico diz: problemas sociais, politica, violência, desigualdade, tudo que chama atenção para uma ação, pensamento. Hoje em frente a uma maquina sinto que estou farta, meu eu privado diz "O que me importa são as pessoas", fora qualquer pré concepção que causa a repressão da palavra não dita, do medo da recusa. Chega dos ismos, comunismo, liberalismo, fascismo, feminismo, o que importa são as pessoas, porque não escuta-las? Viver com base em uma "cartilha" escrita há anos? Não estou chamando o momentâneo, o descartavel, mas a percepção do que somos? Somos capazes de ir até o fim? Construi muitas estruturas que me guiam, mas ando farta com tantos indicadores no meu caminho, juntei tudo e mandei as favas, as vezes a mediocridade da insanidade me faz não racional, não me importo, não vou mais responder por todas as minha ações(...), deixem, deixem, o que me importa uma linha de conduta que me leva ao fim? Como ficam os grandes épicos que depois de atos nobres e trágicos se encerram ao fechar das cortinas ou de um tela escura? Eles "não ficam" acabam, não há um significado no fim, deixem, deixem, nesta hora nada mais importa, então tento dividir-me em dois, privado e publico, o que deve ser dito o que não quer ser ouvido, nesta nossa existência ora nobre ora pobre, onde edifico ou desconstruo(...) O que me importa? Certamente não é o final(...)