Formatura ou melhor formação!!

No dia 22 de Janeiro de 2009 precisamente as 18:00 fui convocada para a cerimonia da minha colação de grau, sim eu estava me "formando" eu confesso que não estava muito empolgada já me sentia graduada desde o final do ano, as notas finais aprovadas, pronto para mim já era uma cientista social. Chegando ao local muitas pessoas, realmente cheio, todos formandos trajados de beca, comecei a sentir a euforia e ansiedade no ar, bem após alguns minutos encontrando os colegas de sala todos reunidos, eu que permanecia "neutra" comecei a me animar, fotos fotos, bexigas, todos felizes, aliviados e temerosos pelos novos rumos, eis que chega a figura conhecida, todos achando que talvez ele não apareceria, Prof Ozaí, sim nosso mestre, me senti muito emocionado por ele ter comparecido, apesar de suas convicções ele foi ao nosso encontro muito sorridente cumprimentando todos, como é bom um rosto conhecido, ele conhece nossa trajetoria sempre presente sua imagem trouxe lembranças e uma sensação de aprovação para mim.
A cerimonia começou e depois de muitas formalidades os nomes de cada curso de cada aluno foram pronunciados, neste instante pude observar como aquele papel era tão importante o certificado de nossa formação, claro que lá não estava impresso a marca pessoal de cada colega, um mais antropólogo outro meio sociólogo/cientista politico e outros ainda indecisos. O que tenho a dizer de cada colega e cada rosto, alguns em lágrimas outros sorridentes fazendo piadas, para alguns a formatura será inicio de uma carreira, outros um complemento ou ainda para um uma conquista intelectual avançando no tempo.
O que a universidade trouxe para minha vida, foram tantas coisas que aconteceram demorei dias para pensar o que escrever aqui, por enquanto não sei que direção o título de cientista social vai me trazer, na verdade ando com a cabeça cheia de ideias e tentativas seguindo em frente, pensando nas pessoas que conheci, nas transformações que passei tantos físicas como intelectuais, sinto que foi acrescentada vida na minha vida isso mesmo, pessoas, situações, sensações, agora vou enfrentar todas as minha opções e escolhas, um pouco mais de vida!!!

O que cria intimidade? O tempo
O que faz perder a intimidade? O tempo

2º parte

O Congresso

Vou escrever em tópicos diversos sem muita ordem cronológica, chegamos a praça de Maio estava bem cheio e mau organizado, muitas pessoas chegaram lá pela manhã e não conseguiram se inscrever, eu e a Fran chegamos as 15 meu trabalho seria apresentado as 18, a fila não andava, comecei a me desesperar afinal já eram 17. Fui me informar depois de muita procura encontrei um organizador, fui bem atendida, como tinha de apresentar trabalho adiantaram minha inscrição e a da Fran também, tudo foi resolvido em 10 minutos e fui informada que meu trabalho estava marcado para as 20:30 da noite. Fomos a procura do local para minha surpresa seria em uma "barraquinha" de lona no meio da praça de Mayo, claro que adorei aquele clima nada informal e convidativo. Bem tenho que dizer foi um sucesso, estava cheio, meus colegas de trabalho uma brasileira estudante de mestrado na UEM(olha só mundo pequeno) e um argentino estudante de psicologia que tratou como tema a educação em Paulo Freire outra coincidência afinal o tema de meu trabalho também era sobre o ensino da sociologia no ensino médio e os meios novos de administrar a disciplina, ao final todos queriam saber quem era Wright Mills.
No outro dia o trabalho da Fran foi muito bem executado juntamente com uma oficina que inscrevemos juntas sobre "Educação Popular". O saldo de nossa participação foi otima.

Passeios, comidinhas e compras

Os passeios que fizemos durante os sete dias que ficamos lá foram bons, conhecemos diversos bairros, todos muito bonitos, arejados, os restaurantes em sua maioria servem também café da manhã, pizza, doces a qualquer hora do dia, cada um come o que quiser. Lá as pessoas fazem grande parte das refeições fora de casa, com uma qualidade surpreendente é possível fazer uma refeição gourmet no valor de 23 pesos menos de 18 reais incluindo sobremesa e café.
Fizemos algumas compras os preços não estavam tão bons mas deu para trazer alguns alfajores....

Conhecemos o Bairro Recoleta, ruas largas e belas mas não encontramos o túmulo da Evita, isso até foi bem estranho procurar um cemitério pela cidade de dia em pleno sábado rs. A Calle Florida seria como a 25 de Março para compras mas os preços estavam melhores em uma pequena rua que cortava a Calle com comercio mais popular. Para nossa sorte o metro entrou em greve no segundo dia de nossa estada, algumas linhas pararam então tivemos que nos aventurar de ónibus, um capitulo a parte.
Sempre reclamamos do transporte publico os preços etc, em Buenos Aires o preço do ónibus é 90 centavos de peso mas há um problema, só é utilizado no ónibus moedas você coloca as moedas e entra, mas não há moedas na cidade, isso mesmo a falta de moedas é um problema para todos os comerciantes não te dão moedas nem trocam dinheiro, além dos ónibus correrem muito e não haver uma forma de você sinalizar sua saída (alarme "cordinha") você tem de falar para o motorista qual ponto de ónibus vai parar e ele tem de fazer a proeza de lembrar cada parada, inacreditável!!! Bem nos aventuramos e nunca ficamos perdidas sempre com mapa em punho perguntávamos sempre que necessário e nunca recebemos informações erradas...

A diferenças

Como disse não são todos os argentinos que não gostam dos brasileiros porém muitos são hostis e mal educados com a gente, em alguns lugares do comercio ao entrarmos para olhar fomos mal recebidas, a simpatia constante no Brasil não reina lá. Na cidade de Buenos Aires as estatísticas apontam que existem mais homens do que mulheres, o comportamento de muitos homens argentinos que ao contrario de que as reportagens falam ser uma imitação europeia, acediam claramente as mulheres, não se passa impune nas ruas, tanto jovens quanto velhos, considerei uma grande falta de respeito a figura feminina o que revelou uma impressão marcada do estilo dito "latino" que para mim soava de mau gosto e desrespeitoso.
O espírito politico reina em cada argentino, assunto preferido, todos palpitam sobre alguma aspecto, participantes no ultimo dia do congresso pudemos observar uma grande manifestação, lá saem as ruas mesmo, porém seu sistema político e legislativo ainda se revela de certa forma desorganizado, a forma mais forte são manifestações, os mecanismos de ação politica são inferiores aos brasileiros o que nos sobra em conselhos, formas de ação, órgãos de reivindicação falta a eles, mas o que nos falta em motivação, sobra para nossos vizinhos, sempre de livros ou jornais em punhos até os mais idosos discutem politica e formas de mudanças, gostam de uma critica.
Esta viagem apesar de alguns "desvios" foi muito boa, além de um passeio, pude observar quais as diferenças culturais, como podem pesar no cotidiano, e realmente nunca fui tão brasileira como quando estive na Argentina.....claro que gostei mais tenho que dizer como adoro meu país....

Buenos Aires 1º parte

Bem como disse na postagem anterior acho que minha preguiça começou após a viagem a Buenos Aires, sim eu e Fran fomos para participar do 7º Congreso de salud mental y derechos humanos, inscrevi um trabalho e foi aceito, o Congresso é realizado na sede da Praça de Mayo e da Universidade das Madres, bem na verdade como é um evento bem grande ocorre em vários espaços ao longo da Avenida Hipólito Yrigoyen, o evento estava programado para os dias 10 à 13 de Dezembro. Saímos na segunda as 07:00 da manhã a passagem foi comprada em uma agência de turismo e o hostel reservado, estávamos seguras e programadas. Bem após 24 horas de viagem chegamos a capital, o trajeto foi longo mas de certa forma agradavél, pude observar como o interior argentino é pequeno e bem arcaico, ao lado de casas simples e mau pavimentadas havia um grande casino porém somente no interior na capital os casinos são proibidos.

Desembarque na rodoviária, semelhante a qualquer terminal de uma capital, pegamos um táxi, nossa devo registrar que transito caótico, os carros cruzam muitos carros batidos e velhos a fiscalização em relação ao estado físico do veiculo é péssima, chegamos rápido ao Hostel. Paro agora neste ponto para relatar sobre o Hostel uma passagem que aparentemente pode ser ilária mas as aparências realmente enganam.

1º dia La Tanguera e Palermo

Reservei este hostel via Internet, depois de muitas pesquisas o preço e o espaço físico registrado por fotos no site foram convidativos, com a grana apertada escolhemos um quarto compartilhado porém disseram via email que seria somente com mulheres, aceitamos, chegando lá um bairro muito agradável San Telmo e uma bela fachada, fizemos o chek in na entrada os quartos eram em cima, fomos avisadas que após pagarmos devolução do dinheiro seria de apenas 50% do valor. Tudo bem aceitamos afinal todos os outros hostel estavam cheios o show da Madonna tinha acontecido no dia anterior e o próprio congresso movimentava a cidade.
Quando subimos tudo era bem antigo mas bonito reformado, fiquei empolgada a Fran também, fomos ao quarto, pensem em um quarto escuro feio, mofado horrível com 3 beliches, estava vazio, tudo bem novamente aceitamos afinal era somente para dormir. banho tomado saí para conhecer Buenos Aires, com metro a locomoção é rápida e barata 90 centavos de peso menos de 40 centavos de reais. Como bom turista conhecemos a Casa Rosada, não vi a Cristina, mais algumas praças descemos para o belíssimo Bairro Palermo, com Jardim Botânico. Andamos muito.

Casa Rozada

Jardim Botânico

Praça Congresso

Depois de muito passeio voltamos ao Hostel para nossa surpresa estava cheio de homens de meia idade, um clima estranho no ar, claro que ficamos apavoradas somente nós de mulheres em todo hostel, saímos em disparada unico objetivo encontrar outro hostel, às nove da noite procuramos, estava chuviscando parecia uma cena de terror, a capital não é campeã em índice de violência mas turistas sozinhas caminhando ao léu é no mínimo convidativo, depois de consultar uns 4 estabelecimentos nada, não havia vagas, e agora? Para nossa surpresa do outro lado da rua havia um hostel fomos lá, bem sabe a sabedoria popular as vezes a felicidade mora ao lado, um local novo todo reformado, não tinha encontrado através da net pois era destinado a europeus e americanos, repleto de jovens e apenas 2 pesos mais caro que nosso Hostel reservamos para o dia seguinte e voltamos a "tumba do terror".
Não queríamos ficar no quarto ficamos na sala enrolando até que chegou duas americanas para passarem a noite no nosso quarto, não consegui nem ao menos sentar no sofá da sala para matar o tempo porque para nosso desespero um homem sentou no sofá e começou a dormir sentado ele roncava como um sapo, não tem descrição melhor para seu ronco...A Fran já estava super cansada eu também, quase umas 4 da manhã fomos ao quarto e ficamos até as 8 quando poderiamos falar com gerente. Uma nota de rodapé...*

*Educação portenha

Nem todos os argentinos são mau educados, mas quando resolvem ser são com uma destreza e mau humos imensos.

2º parte Ostinatto

Voltando depois da noite terrível a muito custo tivemos metade do dinheiro devolvido pelo nada gentil gerente e rumamos ao paraíso Hostel Ostinatto, novíssimo, bem equipado dividimos um quarto com um casal inglês, em beliches, o local é otimo, a maioria dos hospedes europeus, australianos, e latinos, todos jovens, nossa estadia lá foi otima, cada um cuidando de seu passeio, muita organização limpeza e um otimo café da manhã.

Bom aí começou nosso segundo dia em Buenos Aires e a presentação do meu trabalho....

Tempo tempo velho novo....

Óbvio mas faz tempo que nada escreve...Não deixei uma mensagem de Feliz Ano Novo nem relatei minha viagem e formatura, sim finalmente cientista social(pelo menos é o que esta escrito no papel)....Bem estava sofrendo de uma preguiça aguda, não era falta de tempo, tempo sempre consegui, a preguiça estava aguda numa fase desoladora rs...Mas vou retomar começo pelo relato da minha viagem em Buenos Aires gente isto dá linha para relato...