quarta-feira, 23 de julho de 2008

Cascas, cigarras e tatus


Quem já sentiu o gosto do estalar das cascas de árvores, estalam a cada pisada, meus pés as procuravam, de pulo em pulo elas se amassavam, isso era a infância, não sei explicar, a satisfação daquela crocancia quebrando acabando nos pés, talvez a confirmação que naquele instante algo era destruído por alguém pouco notado em constante aprendizado. E aquelas flores amarelas, tinham um "pendãonzinho"branco como dizia minha Avó, dentro delas avia um açúcar da flor, experimentávamos aquele doce, dividindo a cumplicidade com as abelhas, atrativo da planta para ser polinizada, sua sobrevivência. Esta infância que olhava de perto o mistério daqueles tatuzinhos de jardim, é isso mesmo, aqueles que descobri mais tarde serem crustáceos, eu que achava serem insetos, mas isso pouco importava, a satisfação era toca-los com graveto, rapidamente se fechavam e viravam pequeninas bolinhas, que podíamos ver rolar por todo quintal. Claro não deixarei de lembrar dos pequenos casulos de borboleta, cheios de gravetos, nós fortes, guardando aquela larva que se tornaria uma borboleta, como acompanhei aquele casulo, cada visita á minha Avó até o dia em que o vi vazio, nunca saberia quem era a borboleta que de lá saiu eram tantas e tão rápidas, junto das cigarras e seus "cascos" abandonados, corpos transparentes e vazios, molde de cigarra. Todas satisfações pequenas sem muito sentido ou propósito, afinal a maior satisfação não tem objetivo, é imediata, passageira e inesquecível.

Um comentário:

ROSEMARY disse...

Como foi bom o tempo de criança, amei seu blog...