sábado, 5 de julho de 2008

Pequena analise pretensa do meu habitus

Como cheguei até aqui? Meus pais não fizeram faculdade, sempre estudei em escola publica, porém nunca trabalhei. Dentro de minhas estratégias percebi que era necessário que fizesse um curso superior para quem sabe conseguisse um emprego melhor que os meus pais. Esta ideia povoa a mente de muitos jovens de classe baixa, algo comum, uma estrutura construída a cerca do que seria uma chance, porém o que me faz diferente? A ciências sociais, talvez esteja claro que a ciências sociais não seria uma escolha coerente para alguém que busca uma melhoria financeira, o campo intelectual condena a pratica da sociologia para fins financeiros? Sim mas há outro mercado o de trabalho que oferta poucas vagas para quem atua neste campo. Dois campos duas regras diferentes mas que acabam por colocar situações semelhantes falta do capital financeiro. Minha irmã fez química, diferente de mim sua estratégia trabalhar em indústria foi se modificando ao longo da graduação e o desejo de estudar cada vez mais faz com que ela tente cursar um mestrado. Bem este desejo de mudança das estruturas levou-me a ciências sócias, logo escutei que este não era o objetivo do curso, dentro daquele campo cientifico descobri ser um erro o pesquisador que propõe intervir e atuar diretamente no seu “objeto de estudo”. Aprendi palavras novas, meu capital simbólico aumentou, e percebi que o significado das minhas palavras mudavam de acordo com meio que as pronunciava, até mesma a forma de tratamento que recebia das pessoas mudou, claro que em relação á visão que cada um possuía da minha graduação, ou do fato de fazer graduação e ainda onde faço a graduação.
Bem minha estratégia talvez esteja aliada aos diversos livros que li na infância, aos jornais que meu pai sempre leu e discutiu em casa, as historias do meu avô sobre o comunismo e como Fidel salvou Cuba, esta mescla junto com a curiosidade sobre a sociologia que nunca tinha tido contato até entrar para universidade, todas são deduções, pois todas estas informações foram recebidas e exteriorizadas de formas diferentes por minha irmã. Meu habitus, capital cultural mudaram de acordo com as mudanças históricas em minha vida e as relações que estabeleci com todos em minha volta, comprovando a máxima de Bordieu: “O que o mundo social fez, o mundo social pode desfazer”.

Nenhum comentário: