quinta-feira, 5 de março de 2009

O Lutador



Exibido pela primeira vez em Setembro do ano passado no Festival de Veneza - de onde saiu com o Leão de Ouro -, o filme conta a história de um profissional de luta-livre consagrado na década de 80 mas que, passados 20 anos, começa a dar sinais de decadência.
Depois da sequência, mostrando recortes de jornais, das glórias passadas do "The Ram",o lutador, ao som de "Bang your head",tema heavy-metal da banda "Quiet Riot", a câmara avança no tempo e focaliza um sujeito cansado, tossindo no vestiário de um ginásio caído, e sem dinheiro para pagar o aluguer da caravana aonde mora. Os longos cabelos loiros agora têm de ser tingidos,e os músculos, estão inchados devido ás injecções constantes de anabolizantes.
Mesmo que ainda grande como um touro - ou um carneiro, tradução exacta para "The Ram" - e idolatrado pelas gerações mais jovens de lutadores, Randy vai se sentindo cada vez mais deslocado. Após uma luta sangrenta pela "Combat Zone Wrestling", liga profissional de lutadores,americana, conhecida pelos combates ultraviolentos que envolvem golpes com vidro, arame farpado e diversos objectos cortantes, "Ram" sofre uma paragem cardíaca e é obrigado a deixar os ringues e começar a trabalhar,vendendo congelados num supermercado,para pagar as contas.Abandonado até pelo garoto,seu vizinho na caravana ao lado - o miudo, prefere agora,jogar o moderno "Call of duty 4", em vez do velho jogo de luta-livre que disputava com Randy numa Nintendo 8-bits.
A única amiga, de Randy, é uma stripper (Marisa Tomei,também nomeada nos Oscares) que, apesar de demonstrar certo interesse amoroso, procura evitá-lo para que este não se envolva com os seus clientes.
"Sou só um pedaço de carne velho e rebentado.Estou sozinho", desabafa a certa altura à filha (Evan Rachel Wood), que também o rejeita depois de anos,"The Ram" se ter comportado como um pai ausente.
Ao jeito de um Rocky Balboa sem a "patriotice" norte-americana, Randy,submete-se a toda a espécie de humilhações para tentar construir uma vida nova longe da lona.
A câmara de Aronofsky, no entanto, que o acompanha por cima dos ombros largos de lutador em boa parte do filme, como que andando pelos corredores de uma arena, não nos deixa esquecer nunca qual é o verdadeiro lugar do personagem.
(fonte http://duvique.blogspot.com/2009/02/mike-rourke-volta-aos-ringues.html)



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