segunda-feira, 19 de maio de 2008

Zélia Gattai


As memorias de Zélia Gattai povoaram minhas memorias de infância, o que dizer da Zelinha minha ilustre conhecida desconhecida, ao conhecer sua infância constatei que a essência familiar é igual, não importa a posição politica até os anarquistas se escandalizam quando a filha é divorciada, descobre o amor e decide morar junto dele, menina corajosa, como quem não quer nada, jeito simples uniu-se ao escritor muito assediado e enfrentou até mesmo a doce terrível Dona Lalu com seu bolo inimaginável de "Puba". Quando seu avô morreu senti a dor da perda daquela figura que todos temos, senhor antigo que habita nossa infância e sempre tem algo a relatar do passado. Como não rir das artimanhas dos namoros escondidos, das peripécias do seu caõzinho ou dos primeiros esbarrões em Jorge. Obras sem pretensões com maior triunfo da memoria bem escrita, memoria vizinha a todos, redatora do grande Jorge, confidente de suas obras, Zélia partiu sábado(17) confesso que tinha esperança de conhece-la pessoalmente, dizer que sua companhia foi otima nas tardes da minha adolescência, bem fica o gosto da vida compartilhada com extrema generosidade nas paginas de seus livros tradução da sua memoria(...) Ah Zélia, ah Zelinha querida, ah faltaram palavras(...) "Perdutto e tutto il tempo, che in amor non si spende" (Perdido é o tempo que no amor não se gasta).

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