terça-feira, 13 de maio de 2008

Cale a boca Mariana

Sentada aqui com as mãos no queixo me pego pensando "por que algumas pessoas possuem vícios?" Digo os indivíduos que entram naquele labirinto sem saída onde buscam o alivio imediato, caminham rápido e nos passos angustiantes, em uma curva do labirinto encontram em doses homeopáticas a sensação do abandono do corpo, do medo, vazio, da solidão(...) Não quero falar de clichés ou usar da minha moral embotada, apenas imagino a sensação da prisão seguida da liberdade que o empenho da busca onde nada mais importa. Que se danem todos inclusive eu mesmo, planos, presente, futuro, para atender ao chamado eu tenho estratégias, abandono e desapego é antes uma não oportunidade de escolha. Talvez o que esteja faltando é algo tão intenso quanto a sensação do prazer imediato, ou, talvez seja apenas uma desculpa, de um corpo que grita sem emitir sons, ou, apenas a desistência dessa busca, caminhando para este labirinto que oferece a morte em pequenas doses, você aceita?
Por que o espanto?(...)
Afinal todos nós temos um vicio, um consolo para dormir, o que são drogas? Cervejinha sagrada, porre homérico, a bela feijoada, novela ou futebol? Uma liquidação ou sexo casual, chiclete e cafezinho, todos temos nosso apego, manias. Talvez um de nossos maiores vícios é o temor da iniciativa, da palavra guardada, do não dito, das relações levadas pela convenção, o vicio da auto sabotagem, não queremos ter todas as possibilidades vivendo o conforto não da indignação mas da prostação. Você não vai mudar o mundo....Mas quem habita ele? quem o constroi seu sentido? Deus? outro que podemos transformar em mais um vicio? Tudo nos faz recuar quando a alma é pequena(...) Antes de observar um alguém que habita um local depredado pelo vicio aparente, escondido para usar algo ilícito, ficaremos atentos para nossas escapadas, fugas diárias, a necessidade incrível de nos construirmos buscando um tapa buraco, nas horas de sossego, do vazio, da declaração ou da confissão, uma pílula, TV, ou, quem sabe, bem quem sabe(...)




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