quinta-feira, 15 de maio de 2008

Desatino

Encontros esporádicos
palavras contadas
ao te ver muito pouco
as vezes passando
Penso em perguntar sobre o dia
ou como anda o tempo.
Sinto ridicula ao provocar intimidade,
com conhecido desconhecido
As vezes os corredores são curtos e pequenos demais
ou as vezes imensos para alcança-lo
O que posso dizer:
Você vem sempre aqui?
(...)

O que será que me dá
Que me bole por dentro, será que me dá
Que brota à flor da pele, será que me dá
E que me sobe às faces e me faz corar
E que me salta aos olhos a me atraiçoar
E que me aperta o peito e me faz confessar
O que não tem mais jeito de dissimular
E que nem é direito ninguém recusar
E que me faz mendigo, me faz suplicar
O que não tem medida, nem nunca terá
O que não tem remédio, nem nunca terá
O que não tem receita
O que não tem vergonha, nem nunca terá
O que não tem governo, nem nunca terá
O que não tem juízo (Chico Buarque)

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